Tempo de Cigarras...

Euna Britto de Oliveira

www.euna.com.br

Outubro – como calar cigarras?...

Não há silêncio que não se quebre

Em tempo de cigarras,

Onde haja cigarras...

Som contínuo e incômodo,

As cigarras me desafinam...

Decibéis decididos sobem ou

Descem mais

E mais

Em decimais desmedidos...

Comedidas, as formigas.

Comeriam dívidas humanas os inexistentes insetos

De nomes por existir...

A cantoria da floresta é o que resta de cantante neste pedaço de mato...

Mais as cigarras...

Os cupinzeiros têm a forma de certos cinzeiros.

O cupim, sim, é laborioso!

Em conjunto, trabalham muito,

Embora seu trabalho não nos interesse!

O assoalho da sala deverá se trocado

Por causa de cupins domésticos...

Os capinzais podem esconder cobras.

A vida é uma arena!

Temos de tourear as dificuldades que a vida nos apresenta.

Maldade pouca é quase bondade!...

Para esquecer os males, uns apelam para cigarros!...

Outros fazem poemas – o meu é para as cigarras.

Som e fumaça...

Evolam-se...

Euna Britto de Oliveira
Enviado por Euna Britto de Oliveira em 29/10/2006
Código do texto: T276341