CRENÇA
Minhas noites são indormidas, muito longas.
Absorvo-me em devaneio, sonho acordado,
escuto até o barulho do silêncio, as milongas,
saio do momento, do presente, volto ao passado.
Procuro (será?) substantivar os meus devaneios,
dando-lhes forma, transformá-los numa realidade,
mas, por mais que anseie, não encontro os meios
de fazer dessas quimeras algo que fosse verdade.
Assim estou a sobreviver, só não sei se estou a viver
(mas entre viver e sobreviver há aparente diferença?)
Há, sim, só não sei no momento, na verdade lhe dizer.
Mas, como o tema é palpitante, deixo a minha crença:
não hesite. Se quiser dar vida à vida, portanto viver,
ame com lealdade para ser amado de verdade e vença