Estátua-Viva
Estática graça sólida
Dentro desta multidão vazia,
De dinâmica alienante
E cegueira.
Tu ocupas um espaço
Dentre estas ilusões efêmeras.
Tu és certeza diante da inconstância
Mecânica destes cânceres urbanos.
E quando me apego
Ao desejo de teu agrado, tua graça,
Compro teu sorriso com uma pequena moeda
Na lata em teu fronte.
Abre os olhos e me dá meu sorriso comprado,
E faz graça, e dá vida e alegria
Jovial a um velho frígido corpo
De estátua de bronze.
Se abana com teu leque,
Lentamente retorna a sua pose
E adormece, e morre...
Torna-se paisagem,
Cenário ao invés de personagem.
E tudo retorna ao nada,
Ao início de nosso súbito
Encontro-relâmpago nessa avenida...
Espero que as moedas sejam suficientes
No final do dia.