Redimensão
À querida amiga,
Não sei se lua ou estrela, Maria Miranda Gargary...
“Sede alegres na esperança!”
O tédio das horas que passam vazias...
Que remendo,
Que remédio poderia me valer?
Em viagens interplanetárias na TV,
Visitas virtuais a Urano e Netuno...
Azuis, imensos,
Não tão grandes quanto Júpiter e Saturno,
Mas bem maiores que a Terra,
E gelados!...
Quão sem graça Urano dá a impressão de ser!
Tritão, a maior lua de Netuno,
Com a temperatura mais fria já medida no sistema solar,
E suas erupções tipo gêisers,
Espalhando nitrogênio gasoso e partículas escuras de poeira
Por vários quilômetros, na sua fina atmosfera!...
Alguns Astrônomos encantam-se com os anéis de alguns planetas,
E se dedicam ao quase inalcançável, a seu infindável estudo...
No turbilhão das galáxias,
Cada uma com seus bilhões de astros,
Busco apenas um rochedo
Na Via Láctea,
Mais precisamente, na Terra,
Para firmar meus pés!!
Um caminho seguro, para direcionar meus passos!...
São tantas as expectativas
Ante o possível e o impossível!...
As propagandas enganosas são tantas!...
Haja Sabedoria!
Haja discernimento para atravessar os desertos da Terra
E não tomar miragens por oásis!...
Uma música clássica tenta me relaxar,
Mas só consegue me apressar a parar de ouvi-la.
Não posso desligá-la.
Deligo-me...
A esperança avança!...
Percebo que não quer me perder...
Ela é uma menina,
Onde ela vai, a fé o amor vão atrás,
Zelam por ela em mim!...
Estou na Terra.
É assim!...
Astronomia é fina Gastronomia para a alma!...
Sirvo-me!...
Redimensiono-me.
Emociono-me.
Integro-me ao Universo.
Interajo com as estrelas...
Recolho-me à minha insignificância,
Retomo a insígnia de mínima centelha do Máximo!
Ponho-me no meu lugar.
BH, 29/01/2011