SERENIDADE

Eliane F.C.Lima (Registrado no Escritório de Direitos Autorais - RJ)

Neste momento há paz.

Pode ser o mormaço

ou as roupas no varal,

sobre fios do passado.

Têm cheiro de sabão,

sem requinte de perfume.

Só mansidão e sinceridade,

tremulam sua certeza.

Pode ser o vento,

franjando folhas compridas:

balançam tais verdes vizinhos,

inconscientes bananas futuras.

Podem ser os pardais,

resguardados de gaiolas,

seu plebeísmo, liberdade garantida.

Trilam e se perseguem,

voo de alegria, rotina própria,

valor do apenas pássaro,

flor castanha que atravessa.

Este momento é a tarde,

nuvens de quadros no céu,

vagamente vagabundas.

Nada, agora, é muito ou pouco.

O simples sempre é a paz.