Asas partidas
Tento voar entre paredes vazias em vão
por que paredes são brancas e úmidas, sem valor.
Asas quebradas pela esperança vazia
um vôo num abismo pode se tornar uma queda livre sem volta.
Espreguiço-me de meu corpo
abrindo as asas de minha alma
encharcadas pela esperança mal dita
conforme outrora tentei voar ao éter.
Tento voar entre paredes simétricas
na simetria da confusão aérea
de frenéticas guinadas
impulsionadas por asas frágeis ao calor humano.
Tento voar entre paredes da imaginação
questionando a veracidade da afirmação
formulada pelos ossos invertebrados
frágeis como a cera ao sol.
Querendo saber o dom da mortalidade
pelo meio mais fácil que possa haver
qual asa se levantaria alçando vôo
em direção do penhasco desconhecido.
Tento voar através de paredes insólitas
como comprimento de valores sutis
de homem-pássaro com suas asas
mesmo que sem finalidade,
tranqüilize seu ego,
como compromisso ao seu caos.