Pátria Nossa de Cada Dia
Pátria nossa, que estais bem certa
Santificada seja a vossa ordem
Venha a nós o vosso reino
Seja feita a vossa vontade
Tanto na cela quanto ao léu
Mas, Pátria, se ouviram com estandarte
De um povo estoico o brado retumbante
E se o sol da paciência, em raios lúgubres
Morreu no céu da Pátria nalgum instante,
Então, Pátria amada de cada dia,
Nos dai hoje
O pão da liberdade em farto fruto
Sem cair em tentação
Não tragais o mal
Não...
Mas sim, perdoai as nossas ofensas
Assim como nós vos perdoamos
Assim tem sido
Por toda a vossa maternidade
Oh, Mãe Gentil
Se entre outras mil
Sois a única do filho amado
E da filha acalentada,
Abraçada...
Sufocada,
Então, Pátria adorada
(Quereis assim ser)
Idolatrada
Que pede,
Exige,
Pune...
O filho rebelde,
Oh, Mãe Gentil
Cedei um quinhão
Ao filho (ainda) vívido
Do que a vossa terra mais garrida
Possa mais risonha oferecer
De paz, de chance do erro
Cometido de boa vontade
Que dá vista ao lábaro estrelado,
Que surge à vista, sem braço de ferro,
A mostrar, sem força nem ser instado
Só à toa, como bate-papo, bondade?
Não, certo que não
Não escuteis o filho pródigo
O que parece não ter algum defeito
O que fala, fala, fala...
Sem fim nem piedade
O de boa intenção
Que enche o coração
Que enche o abismo de lava
Que preenche o abismo...
Infernal...
Que é naturalmente cheio
De almas, de intenção
Oh, Pátria Amada,
Salve, Salve...
Toda alma...
Rasteira?
Não!
Toda alma
De Espírito
Que nem precisa ser santo,
Amém