Existência

O apedrejar, os açoites, mundo mágico de lacunas.

Falta-me o ar, o espaço, o chão.

Falta-me o entendimento de todas as coisas.

Ignoro que eterno, é o percorrer da culpa,

O pagamento divino das vidas, e vidas, e vidas.

O entendimento existe, mas não é meu.

Mínimo que sou, não revelo os segredos do mundo.

Não escuto os conselhos da razão,

Errôneo falho, peco, falto.

Alimento a dúvida com o mais alto,

Desprezo, descaso, nojo.

Vidrado o olhar, o amor não cria, não flui,

Somente o desejo, de carne, de vaidade,

De eternidade.