Meu Querido Barqueiro.

Caronte foi pago e me embarcou

Disse que esse serviço fazia de graça

Porra poderia ter tomado uns bons tragos com esse dinheiro

E ele lá, tem seu próprio barco, passa o dia no mar indo e vindo,

Sem chefe pra encher o saco, morro de inveja.

Esse céu avermelhado lembra o por do Sol no Arpoador

Mas sem chopinho com os amigos depois

Sem falar nesse calor dos infernos que me empapam as roupas

Eu pergunto ao barqueiro se ele me deixará no próximo porto

O desgraçado ri e diz que pra mim ainda falta bastante que eu fico depois de Bangu

28~01~11.