Indivisível

Não quero ouvidos surdeados pelo canto dos amargos

não quero bocas sujas de gulosas vaidades

não quero hipocrisia mínina em noites de verão

não quero avaros em todo meu querer

Às vezes,

sombras ensaiam o tom lúgubre das águias

e as árias que emergem deste profano canto

mostram as amarras dos dias repetidos em solidão

Quero acima, a luz noturna que floresce a visão

quero o cobertor de folhas verdes sobre a terra

quero que na máxima nostalgia

o som suave de sua voz volte e me guie

aos páramos que em outrora morada

a felicidade era néctar da alma

e ao evanescente corpo meu,

antimatéria do seu,

indivisível e fadado ao infinito

aniquilado pelo amor imortal,

egoisticamente,

desejo sua canção no meu adormecer

desejo minha sensação no seu alvorecer

Não quero mais metafísica em noites de verão

Carlos Alberto de Souza
Enviado por Carlos Alberto de Souza em 28/01/2011
Reeditado em 27/08/2011
Código do texto: T2756728
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