Indivisível
Não quero ouvidos surdeados pelo canto dos amargos
não quero bocas sujas de gulosas vaidades
não quero hipocrisia mínina em noites de verão
não quero avaros em todo meu querer
Às vezes,
sombras ensaiam o tom lúgubre das águias
e as árias que emergem deste profano canto
mostram as amarras dos dias repetidos em solidão
Quero acima, a luz noturna que floresce a visão
quero o cobertor de folhas verdes sobre a terra
quero que na máxima nostalgia
o som suave de sua voz volte e me guie
aos páramos que em outrora morada
a felicidade era néctar da alma
e ao evanescente corpo meu,
antimatéria do seu,
indivisível e fadado ao infinito
aniquilado pelo amor imortal,
egoisticamente,
desejo sua canção no meu adormecer
desejo minha sensação no seu alvorecer
Não quero mais metafísica em noites de verão