Brincos de lua

Brinca de boneca a menina

Sem sustos, sem pretensões

Com brincos de lua

Brinca a menina.

Sem receio

Acorda manhãs e espera

O dia entrar pela janela

Numa tentativa vã

De se tornar temporã.

Seu corpo, ainda começos

Recato de sendas e cismas

Acosta-se na incerteza.

De tecer fantasias brinca a menina

Desalinha a lógica

E esquece que é hora...

Segue a colher estrelas e contar faróis.

De crescer brinca a menina

E, desatenta, trama sua arte_ofício:

Caçoar do verbo amar

Antes que se torne vício.

FATIMA MOTA

Publicado no Recanto das Letras em 28/01/2011

Código do texto: T2756618