RESTOS DA FEIRA E DAS USINAS

A vontade de chorar cessou

Restou

A melancolia

Tolhida pelo pranto sufocado

Engasgado

A garganta tímida

Úmida e constrangida

Aos descaminhos da vida

Da volta e da ida

Do meio da rua

Raramente nua

De seus circunstantes

Da cidade orgânica dos habitantes

De olhares diversos

Submersos

Num tom preto e branco

O sorriso "franco"

Incôncio e patético

Ao cheiro anti-assético

Da feira consumida

Consumada

A putrefação da lida

Ritos de um sub-imundo

Oriundo

de um gênesis qualquer

Homem e mulher

Misturados às sobras da praça

Pálidos da fumaça

Restos fatais das "esquinas"

Ou das usinas

Moendo

A vida pneumática dos que vão morrendo.

Quitéria Régia
Enviado por Quitéria Régia em 27/01/2011
Código do texto: T2756121
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