RESTOS DA FEIRA E DAS USINAS
A vontade de chorar cessou
Restou
A melancolia
Tolhida pelo pranto sufocado
Engasgado
A garganta tímida
Úmida e constrangida
Aos descaminhos da vida
Da volta e da ida
Do meio da rua
Raramente nua
De seus circunstantes
Da cidade orgânica dos habitantes
De olhares diversos
Submersos
Num tom preto e branco
O sorriso "franco"
Incôncio e patético
Ao cheiro anti-assético
Da feira consumida
Consumada
A putrefação da lida
Ritos de um sub-imundo
Oriundo
de um gênesis qualquer
Homem e mulher
Misturados às sobras da praça
Pálidos da fumaça
Restos fatais das "esquinas"
Ou das usinas
Moendo
A vida pneumática dos que vão morrendo.