A voz

A voz, que serve-me, aporrinha outros ouvidos...

São mistérios incontáveis...

Tão único que nem o natural ousa trasladar!

A cada onda de que do próprio sentido revolta...

Fecha-se a volta dos pensamentos que flutuam...

Um cais feito de aurículas...

Um segredo equivocou-se...

O sentido está naquilo que não tem sentido...

Ouvidos proferem insumos...

Aqueles vocábulos desnudos que escarrei...

Quando confessei sentir...

Esperava lembranças...

De um sonho que um dia relatei...

Fora dos desejos gustativos do homem...

Descrevendo nas entrelinhas...

Cada palavra que um dia esperei ouvir...