Minha Musa
Minha Musa
Quando junto de mim Tereza dorme,
Escuto o seio dela docemente:
Exalam-se dali notas aéreas,
Não sei que de amoroso e de inocente!
Álvares de Azevedo
Teus olhos iluminados eu já fitei,
Fora a estação de luz mais branda,
Como se o fogo à minh’alma acendesse
Da pureza que encanta.
Já tocara a minha mão levemente
Teu fino rosto de suave encanto,
E já sentira o calor de teus lábios
Os meus por engano.
Ah! Minha menina de brancas vestes
Com o pudor infante de real doçura,
Palpita no seio e revelas no falar
Gestos de ternura.
Enquanto dormes como um ser divinal
Eu te sonho e mais sonhava outrora
No teu sorriso de Serafim e no abraço
Que faltam-me agora.
Deliro! Vejo-te e ouço-te comigo
Suspirando o amor triste de ultima hora,
Onde estás cândida figura que pra mim
Hoje estás morta?...
Eu sei, que minto este último verso,
Pois adoro-te no falar, olhar e sorrir
E na vida, deu-te Deus terna graça,
A qual eu sentir.
Oh! Débora, um outro beijo como outrora
E deixa-me neste vazio de figuras...
E apenas sonhar-me-ei com tua beleza
De expressões puras.
_Tragédia! Os meus lábios dizem.
E com majestosa, pálida e pura beleza
Do longínquo calor de teu corpo repousa
Minha emane tristeza.
Mas dormes com teu sonho de agora!
E os sorrisos belos no rosto estampar,
Suspirando e gemendo de nova paixão
E a mim só desdenhar.
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