Na esperança do Amanhecer

Mil noites não são como mil dias.

A noite não possui um brilho verdadeiro,

nem mesmo a lua na noite tem o seu próprio

brilho.

Na noite tropeçam corpos sedentos,

cedendo aos encantos da prostituta

que rouba da carne o pobre espírito doente.

Da noite não se extrair poesias,

só orgias.

À noite não possui raça, cara, coração.

Trapaceiro, traiçoeiro, travesseiro, a sua alma um braseiro.

Na noite doentia, a

garganta engole a casca macia das migalhas do Pão.

Por Que a noite?

Há! se eu fosse o dia, uma noite só não existiria.

Se só fossemos noite,

a vida não haveria.

Na noite, um desejo ardente a espera do

Sol nascente.

Enfim, viver feliz eternamente.