SOBRAS DA NOITE

O que sobrou de minha noite

está escondido dentro dos esgotos das ruas

pois se esvaiu com o orvalho noturno.

O que sobrou de minha noite

não mais causa-me medo

apenas insegurança

enquando o mundo rir de meus devaneios

mas estou ainda vivo para tê-los.

O que sobrou de minha noite

agora tem gosto de pôdre

e cheiro de jasmim

pois estou no mais natural dos berços

tentando entender a culpa por meus fracassos.

O que sobrou de minha noite

nada mais é do que uma sobra

mas uma sobra exata

do que nunca precisei

pelo menos agora.

O que sobrou de minha noite

ficou engasgado com o cansaço

e com o medo de não ter sido eu outra vez

perante as mulheres nuas de espírito.

O que sobrou de minha noite

está agora atrás das árvores

como uma sombra que disfarça

o semblante triste de minha manhã...

Juazeiro do Norte em 26 de janeiro de 2011.

Raul Poeta
Enviado por Raul Poeta em 26/01/2011
Código do texto: T2753864
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