O APOSENTADO DA PRACINHA
Lá na pracinha
Á tardinha
De um interior afastado
Chega o homem encurvado
Vem carregando a idade.
Pé de chinelo,bermuda
Voz vagarosa,miúda
Olhar caido,cansado
Fica olhando a cidade.
Não tem mais pressa,o grisalho
Não volta mais pr'o trabalho
Não há ninguém a esperar
Só vive em honra do outrora
Basta-lhe a paz do agora
Não há mais onde chegar.
Mas vive em paz no seu banco
Tem sempre o sorriso franco
De quem já carregou seu fardo
Traz em seu rosto franzido
Orgulho do dever cumprido
Sorri,feliz,o aposentado.