O ALVO DOS SENTIDOS

No olhar que aponta

o lampejo

Miro o alvo que procuro

e não vejo

Meras sombras que vislumbro

Ilusão?

No tocar que procura

o contato

Aponto o alvo que busco

e não cato

Frágeis corpos que tateio

Impressão?

No cheirar que prescente

o desejo

Farejo o alvo que almejo

e não cheiro

Sutis fragrâncias que sinto

aspiração?

No ouvir que perscruta

o sonido

Ouço o alvo que sondo

e não atino

Débeis sons que ausculto

Fricção?

No paladar que apura

o prato

Provo o alvo que desejo

e não palato

Insossos sabores que degusto

Inanição?

“Quando o alvo pretendido

Não é mais o que busco

Lusco fusco

Sem sentido”

Chico Alves dMaria
Enviado por Chico Alves dMaria em 26/01/2011
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