O ALVO DOS SENTIDOS
No olhar que aponta
o lampejo
Miro o alvo que procuro
e não vejo
Meras sombras que vislumbro
Ilusão?
No tocar que procura
o contato
Aponto o alvo que busco
e não cato
Frágeis corpos que tateio
Impressão?
No cheirar que prescente
o desejo
Farejo o alvo que almejo
e não cheiro
Sutis fragrâncias que sinto
aspiração?
No ouvir que perscruta
o sonido
Ouço o alvo que sondo
e não atino
Débeis sons que ausculto
Fricção?
No paladar que apura
o prato
Provo o alvo que desejo
e não palato
Insossos sabores que degusto
Inanição?
“Quando o alvo pretendido
Não é mais o que busco
Lusco fusco
Sem sentido”