Eu sinto como se seguisse minhas muletas por ai

Devagar sem parar, sigo andando,

ando seguindo sem parar.

Abro a maleta e pego a muleta

devagar sem parar, sigo andando.

Pernas de madeira pra subir ladeira,

Pernas de pau pra subir degrau,

Ando seguindo sem parar,

a muleta esguia como estrela guia.

Devagar sem parar, sigo andando

Pisando no chão devagar como se fosse levitar

Não posso correr, mas não posso parar.

Eu sinto como se seguisse minhas muletas por ai

indo e vindo pelas linhas do chão, seguindo as trilhas do coração,

Ando seguindo sem parar,

não posso voar, mas não posso parar.

Devagar sem parar sigo andando,

Piso na calçada, na rua, na estrada, no chão de massa

faço da minha desgraça, uma graça.

¨* Aos tornozelos que ja foram ou estão quebrados, as muletas meu utensilio maior no momento.