De Noite
Devagar vai o som pelo ar,
devagar, a soar, divagar...
E indo pelos caminhos do vento,
pelas ruas, toda nua, a soar.
E vem a Lua, as luzes, as estrelas,
os planetas, a noite e o meu açoite.
É de noite que vem o querer, o beber,
o deitar-se, embriagar-se da loucura.
É de noite que se reflete a cura
dos males que provocou o dia.
Pois se escondido me tornei ao sol,
da noite me tornei amante em pele nua.