Pulei para a calçada e matei-te.
Pulei para a calçada e matei-te num palavrear negro de raiva
E matei-te
És sangue agora
E sinto-me bem e pulo fora
Num vai que vem, vou embora
Não sei quem mais fora, mas vou sem ninguém
Pois sei que fiz bem
De um a cem, matei-te por quem?
Por mim e por ti, por aquilo que não somos
Guerreiros ou gnomos
Revistas de cromos
E notícias de TV
Não me perguntes porquê
Quem não viu já não vê
Pulei para a calçada e matei-te
Sofri mas libertei
O mal que me corroía
E gritei
Quase enlouquecia
Mas sei…
Que sabia também…
Eras para matar
Sem mim não viverás
Anos de azar
Meus, teus, de quem calhar
Já lá vais
Deixa-te estar
Ninguém se há-de importar
Eu cá sofro mais por mim
Choro no banco do jardim
Num teatro feito
Cá a meu jeito
Estou bem e estou
Malvado que sou
Mas quem sabe disso?
CALOU!
Lacrima D'Oro