Pulei para a calçada e matei-te.

Pulei para a calçada e matei-te num palavrear negro de raiva

E matei-te

És sangue agora

E sinto-me bem e pulo fora

Num vai que vem, vou embora

Não sei quem mais fora, mas vou sem ninguém

Pois sei que fiz bem

De um a cem, matei-te por quem?

Por mim e por ti, por aquilo que não somos

Guerreiros ou gnomos

Revistas de cromos

E notícias de TV

Não me perguntes porquê

Quem não viu já não vê

Pulei para a calçada e matei-te

Sofri mas libertei

O mal que me corroía

E gritei

Quase enlouquecia

Mas sei…

Que sabia também…

Eras para matar

Sem mim não viverás

Anos de azar

Meus, teus, de quem calhar

Já lá vais

Deixa-te estar

Ninguém se há-de importar

Eu cá sofro mais por mim

Choro no banco do jardim

Num teatro feito

Cá a meu jeito

Estou bem e estou

Malvado que sou

Mas quem sabe disso?

CALOU!

Lacrima D'Oro

Lacrima Doro
Enviado por Lacrima Doro em 24/01/2011
Código do texto: T2749437
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