PESO DA SAUDADE
Beija-me na fronte...
A minha alma insonte.
O som do vento a passar
Tudo é vento a disfarçar.
Todo amor que tenho a transbordar...
Fiz do teu corpo sonho e não olhei
Numa casa de vidro te sonhei.
No cristal de amar, me debrucei...
Ousada fugiria, mas esta mão conhece-te
do espaço à sua volta. Estás longe,
vou pedindo algumas horas, aos meus dias.
Neste movimento em carícias de esperas
de vozes caladas e surdo pranto
de despedidas desaguando...
Nem lágrimas há que nos suportem
a voz, à solidão exposta
no corpo o peso triste da saudade
riso deste céu que vem ao nosso encontro