Espelho mágico
Espelho mágico
Meu avô era barbeiro
E na sua barbearia
Havia um espelho
Enorme...Oitavado...
O que para mim pouco interessava
Pois desconhecia o significado
Desta palavra que mais parecia
A velha cantilena da professora
Ensinando tabuada.
O espelho ficava numa sala especial
Bem em frente à janela.
Nesse espelho eu via
Não a imagem refletida
De uma menina sapeca, desajeitada
De pés no chão.
De real, bem ao fundo, as montanhas
E o que havia além delas?
O espelho me mostrava
Uma moça bonita, cheia de sonhos
Outro mundo, outras oportunidades
Titubeando a realidade.
Nesse espelho eu via
Um portal de magia,
Só bastava atravessar...
Logo ali do outro lado
Estava o que eu mais queria
Foi em frente a esse espelho que aprendi
A fazer de mim o que eu queria de mim
Foi nesse espelho que me vi
Do jeito que eu queria ser
Vi um mundo de tantas belezas
E a chance de ser real
E assim pude enfim tocá-lo
Com a ponta do meu dedo.
O espelho não me mostrou
As agruras que encontraria
Para cada sonho eu poder sonhar.
Foi muito sábio o danado
Pois se tivesse contado
Ainda estaria lá...
Olhando aquelas montanhas
Olhando...Olhando....sem coragem
Para ir além do olhar.