Tempo Perdido

Hoje num silêncio manso

Conseguí enxergar a luz que existe em mim

Uma doçura que eu havia esquecido

Num tempo perdido

Que nem sei para onde foi

De tão pouco expressivo

E foi nesse silêncio manso

Que pensei em mim

Nos trilhos pelos quais já passei

Sem que os trens tenham atropelado

Meus sonhos

Meus projetos

E tudo o que sempre pensei

O tempo perdido

Foi morto, deposto

Não faz mais parte de mim

Simplesmente tirei-o da minha vida

Como escama que sai aos poucos

E deixa a carne livre, solta

Tal qual ave que voa

E não se assombra com os temporais

Porque os considera normais

Meu rosto ainda é o mesmo

Tem expressão

Fala com o olhar

E do olhar diz tudo

Tudo o que é preciso falar

E nem sempre possível de expressar

O tempo perdido

Até me fez bem

Tirou-me enganos, profanos

E fez de mim uma

Alma nova

Que passa a viver outros desenganos

E com eles se renova

10/11/2011

Rosalva
Enviado por Rosalva em 24/01/2011
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