PONTO FINAL
Jamais arranhei meus sonhos com tolices.
Pensei sempre em tê-lo junto a mim.
Nunca fui fã da mentira, nem crendices,
mas me encolhia de medo da palavra fim.
O tempo foi passando e dando muitas voltas.
A vida foi encolhendo, a tarde escurecendo.
Eu sentindo na alma que as bruxas estavam soltas,
que as luzes prestes a apagar e tudo desaparecendo.
Caiu meu mundo, minhas preces iam morrendo,
Junto aquele que julguei ser ele encantado.
Foi o sonho as alegrias, todo o contentamento.
Caiu a cortina, prostrou a mulher, foi-se o amado.
Ficou o vazio, o luto, o choro, o grito engasgado,
O homem trancado dentro do grande mausoléu.
O sorriso antes muito apreciado, hoje apagado,
Diante das estrelas ajoelhadas ante o meu céu.
DIONÉA FRAGOSO