AINDA BEM
É tudo poesia
Ainda bem
Num mundo inventado
Ainda bem
É possível amar e ser amado
Ser triste ou animado
Ainda bem
Tem horas, porém
Que a poesia é só desdém
Vem o poeta
Faz o verso
A estrofe
E a embeleza como ninguém
Ainda bem
Fica tudo na medida
Sonoro e ritmado
Tem os que gostam
E os que não apreciam também
É tudo poesia
Ainda bem
Depois do arremate
Toma-se um chá de mate
E em busca de mais inspiração
Vai mais além
É tudo poesia
Ainda bem
E quando aquela não quer
Não vem
O poeta sofre
Mais triste que um réquiem
É tudo poesia
Ainda bem
E de tanto procurar o ideal
O poeta quer ir mais além
E ele consegue
Tudo é poesia
Até que a vida passe
Tudo é poesia
Ainda bem
***
Nesta página incluo a significativa interação da colega paranaense, a poeta DALVA MOLINA MANSANO:
É tudo poesia,
aquilo que agrada,
aquilo que ofende,
a dor que translada,
o amor que se rende.
É tudo poesia
aqui nas minhas mãos,
aí, distante, nas suas
é tudo poesia no meu coração,
e no vão das ruas
é tudo poesia em peito aberto
tudo é poesia de longe e de perto
Tudo poético nos seus olhos
e aqui, brincando, nos meus
tudo é poesia mesmo na hora do adeus.