QUEM SABE NÃO FOI UM JASMIN
Não farei dos meus versos.
Placa desse mundo caduco,
Embora essa flor ainda resista,
Eu, incrédulo! Retiro-me.
Deixo-a, sim.
Só a flor,
Caberá a ela, tua dor.
Não a mim.
Só a flor.
Ela ficará feito cruz,
Cravada, em vossas caras.
Rasgando esse asfalto burguês,
Que tu, senhor do progresso,
Proclama:
--- Eis a minha obra!
--- Eis o meu concreto!
Nem ver, que uma flor.
Com pétalas que vão aos ventos,
E cores que agride, esse cinza cimento...
Vejam, só!
Uma flor...
Rasga teu feio e bruto concreto.
Rasga tua demência, tua ignorância.
Rasga o efeito do improvável.
Rasga tua moral.
Uma flor.
Não meus versos...
Uma flor!
“quem sabe não foi um jasmim?”