MINHA POESIA
A poesia é minha catarse
Meus versos livres de pouca expressão
Não têm intenção nenhuma de emocionar ou cativar os tolos
Não sou poeta por definição
Com as palavras gosto de fazer amor
As palavras fáceis me dominam e enlouquecem
Amo-as sem escrúpulos e a qualquer hora
Se elas me chamam, ... ah, com certeza , eu vou!!!
Tenho por elas a sede dos alcoólatras
Diante d’um colo num bar ou botequim.
E, às vezes, sempre em noite escura
Um monstro alado acorda no meu peito
Voa na penumbra do tempo enevoado
Irrompe a vidraça do sonho alquebrado
Do velho mausoléu chamado CORAÇÃO
Vagueia feroz por toda madrugada
Sugando o etéreo sangue das palavras virgens
Restaurando assim sua imortalidade.
Depois de saciado, antes do raiar do dia
Se esconde no meu peito, em minha alegria
No linear da memória e do esquecimento.
E eu, cheio do néctar das virgens profanadas
Em conchavo louco com as palavras fáceis
Me ocupo agora de gerar e escrever textos
Que os inimigos, lendo, chamam de poemas
E amigos apelidam de poesia...
(Irene Cristina dos Santos Costa – Nina Costa, 1999)