Passageiro da Agonia
Não tenho mais forças
Nem como escapar
Das armadilhas
Da sedutora solidão
Que me assaltas
Aos olhos da angústia salta
Risonha inútil do tédio
Cohabitante depressão
Que setencia
Dominas estranha
Familiares entranhas
Tornando como co-irmã
Atraindo-me como um imã
Sedenta e compurscante sanha
Implanta caos que ordenas
Tamanha gélida e sombria cena
Se apossas intensa
Tentadora perversão que intentas
De crua insanidade extrema
Roubas pouco a pouco
O que outrora seria Vida
Que a bem da verdade
Nunca fora minha
Em combatentes ardorosa perfídia
Contumaz de tão combalida
Que da fuga não se escapa nem crias
Companheira solidão que sevícia
Filhotes chacais bastardos do tédio
Que apraz e alicia
Beligerante, diuturna e voraz
Solitário Passageiro da Agonia