Catástrofe & Comiseração
Véra Lúcia de Campos Maggioni®
Vera&Poesia®
Se meu poema na calamidade levasse alento,
Liberto em afeto acalmasse um só tormento,
No espaço - tempo enlaçasse algum coração,
Em triste episódio fosse aposento, unguento
Provento, - o sentiria à humanitário serviço.
Vêem-se almas, águas, lares, terras em rebuliço,
A natureza em fúria vai carregando vida, viço,
Uma tragédia suplantando terreno, serra, e nisso
Em poesia entorpeço. - O que dizer de tudo isso?
- Quem dera tal revés assustador fosse demisso. –
Quem dera um poema aplacasse algum sumiço
De gente, de domicílio, de lar, qualquer suplício!
Quem dera um verso levasse luz, alimento, pão;
Ah, se abrigasse uma infinitesimal solução ao irmão.
Quanta fragilidade! Consolar do incrível, do maciço?
Há catástrofe e nosso vaso de barro é quebradiço,
Choro o pesar, no espanto o versejar fica omisso;
Tanta aflição não cabe num verso que eu comporia,
Nem mesmo um milésimo da dor dum flagelado diria.
- O que se sabe do mistério, da missão, da história?
Na natureza não há só telas exclusivas ou inteiriças
Por referências que o Universo nos dá a cada dia,
Em evolução, bênçãos e vãos somamos entre treliças...!
Ao Ser Supremo, pelas vítimas, graça e misericórdia,
Orientação, benevolência peço de modo submisso.
Véra Lúcia de Campos Maggioni®
Vera&Poesia®
Em 16 de janeiro de 2011.
Direitos autorais reservados.
(diante das catástrofes da natureza)
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Véra Maggioni