ÚLTIMO POEMA

Quando passares por mim mar e distante,

lembra-te dos rios que descobriste

na fluidez dos meus olhos que sabem chorar palavras.

E dos beijos que respiraste

na minha boca que cala as dores que escreve sorrindo.

Quando passares por mim nave e ausente

sobre as águas que me matam toda a sede que te traga,

ouve o feitiço do canto que te lembra o meu ser

sereia e doce.

Mas não pares para lembrar

que não sou

só o último poema

que escrevi.