Madrugada
O homem que eu beijava
cheirava a madrugadas
e em seus lábios orvalhava
lágrimas de absinto
Ali mesmo eu pousava.
Não sabia o que sentia
se era fato deveras
se era sonho, labirinto
se era arena de feras
pois de mim se alimentava
ainda que sonho meu
em verdade, inventava.
E em verdade confesso
tanto é o que em manhas teço
que em poucas sobras do eu
este mesmo que vos fala
e também fala de mim
sentada em qualquer calçada
deitada assim de dorso
a ver brilho além do breu
sei de tudo que distorço
só não sei se o que minto
não é o que de fato, sinto
pois
O homem que eu beijava
cheirava a madrugadas
e em seus lábios orvalhava
lágrimas de absinto
ali mesmo eu me esculpia
em delírio que morria
não sei se apenas sonhava.
T. Otoni, 01 / 2011
O homem que eu beijava
cheirava a madrugadas
e em seus lábios orvalhava
lágrimas de absinto
Ali mesmo eu pousava.
Não sabia o que sentia
se era fato deveras
se era sonho, labirinto
se era arena de feras
pois de mim se alimentava
ainda que sonho meu
em verdade, inventava.
E em verdade confesso
tanto é o que em manhas teço
que em poucas sobras do eu
este mesmo que vos fala
e também fala de mim
sentada em qualquer calçada
deitada assim de dorso
a ver brilho além do breu
sei de tudo que distorço
só não sei se o que minto
não é o que de fato, sinto
pois
O homem que eu beijava
cheirava a madrugadas
e em seus lábios orvalhava
lágrimas de absinto
ali mesmo eu me esculpia
em delírio que morria
não sei se apenas sonhava.
T. Otoni, 01 / 2011