EU TE AMO




Não te amo como quero
nem com um amor estupendo
dito, o maior do mundo.
Eu te amo enquanto espero
nos vazios do que penso
nos vícios dos quais dependo
na erosão de um sentimento
que volta a escalar intentos
em submundos imensos.

Eu te amo como posso,
ali, na curva dos ventos,
na construção de algo nosso
bem no raso da paixão
que hoje é só o que existe
nos limites do meu chão.

Eu te amo sem insistência
de quem chega e já vai tarde.
Trago feitos de existência
de pouca fé, sou quem quer
voltar a querer a crer
em ser de boa-vontade

e só.!_ pois que sou e eu te amo
com intensidade de chama
de lamparina, de vela,
não de densa fogueira
Eu te amo como luz,
por uma só noite apenas
mas que é uma noite inteira.
Em profundidade e, só,
eu te amo por ser pó.

Relativa, incoerente
sou em ti, convalescente.
Eu te amo e, depende,
do que carrego nas costas
do peso que se desprende
do que me exiges e gostas
de ti e, como te sentes
em mim, se tu compreendes.

Eu te amo o que consigo
muito menos que o que sigo
muito mais do que te digo.
mais que nada e, essa andança.
nestas paragens do fim
é bem menos do que vi.

Eu te amo como a mim.

Olha, eu cheguei aqui
por imaginar imensa
a pequenez da presença
real, da minha esperança.
E no final desses ondes
resta um resto de horizonte
onde a brisa sopra e dança
como o meu amor por ti.
Elane Tomich
Teófilo Otoni, 06 / 2010