CHOINVILLE (brincando de choinver)
E chove, chove, chove, chove, e chove um pouco mais,
E depois chove,chove, chove e molha ainda mais.
No outro dia chove e chove e inunda tudo e lama faz,
E encharca a parte e molha o todo e chuva forte mais se traz,
E chove e chove, no varejo e atacado, e a ponte quase cai.
E chove falas discussões, críticas e sugestões,
E chove pedra nos políticos, como “culpados da situação”.
E chove e chove em gotas e d’chuá reclamações.
Mas chove o lixo nos bueiros, culpa da “população”
E chove hoje e amanhã e sempre e desde então.
E vai chovendo e vai regando e essa chuva vem do céu
Então não dá prá reclamar, mesmo com a dor cruel,
Das perdas das enxurradas, da lama que arrasta o troféu,
Do pobre, do rico, arrivista e pária. Quanto labéu!
E chove e pega de cheio. Todos se lançam ao léu.
Choinville, como se diz em “alemão”, é isso ai.
Sempre chove e a cada chuva que vai cair
Aguaceiro e chuva fina por dias a seguir,
Um povo forte à luta e à consciência nutrir.
Quanto mais chuva mais amor se tem para acudir.
Chove, Choinville! Chove grosso e fino e lava nossa dor,
E finca em nós a lembrança do “herói que jamais fraquejou”.
E chove! Mas, que venha a paz a quem também “teu solo irrigou”.
E que de tanta chuva chovendo “sangue, lágrima e suor”,
A gente lembre: mesmo com chuva, a semente se plantou e aqui vicejou.
Jailson Estevão dos Santos