Rosa Savle
Todo o instante desejo lhe tocar,
Estranhamente deitar sobre seu corpo,
Sua saliva de vinho,
Sua rosa de dor,
Colher de sua boca tudo,
Todas as palavras para morrer,
E no suor da sua pele,
Esboçar nossos rostos,
Escrever – Eu te amo...
Ninguém nunca te fará ser tão você,
Como eu faço,
Sou o único que pode te levar até você,
Seus pedaços e meus pedaços,
Um.
Entre os dias labirínticos,
Nos abismos dos porquês,
Suas falhas e imperfeições,
Deitadas sobre o leito,
Um espelho de raiva,
Despedaçado com prazer,
Sou eu.
Sou seu veneno vistoso,
O vicio Amante de seus lábios doces.
Você me ama com suas garras,
Com sua louca razão,
E seu ódio de me decepcionar.
Levo-te a noite no silente,
Ao ver-te desnuda,
E lembrar a forma lisa,
Da essência de todas as coisas puras.
Da débil ânsia,
Sobre a luz na face,
Nas ocultas alcovas,
De seu coração violeta,
De suas raízes tépidas que gemem meu nome,
Seus céus amarrados,
Esse rumor maligno,
Destruindo a sua alvura,
Mas não seu orgulho tolo que me mata...
Mil amores nos desfiladeiros,
E sem o meu,
Sua jasmim é nada,
Seu seio é neve,
Seus campos ferimentos,
Você – uma cicatriz imêmore,
Até da terra a língua dissipar as maçãs, o sangue,
E a morte obscura...