AO SOM DA FLAUTA
Eu tomava a minha flauta
bem junto ao meu peito
observava como um nauta
um canto longíquo perfeito.
Além da escuridão vasta,
uma nota eu pude arranhar,
os meus ouvidos diziam: Basta!
Cansei-me de ouvir-te entoar!
Rumoreja a noite o calar,
altas horas sonora canção,
infringia a lei do silêncio ao tocar
sons da flauta, querida audição!
Mas adejam canções fagueiras
no ar da noita, a alma flauteia,
entoando as notas primeiras,
e fremia no ritmo a candeia.
Outrora no peito os ardores
se apagavam ao som faceiro
de ouvidos tocavam amores,
entoados do canto caseiro.
(YEHORAM)