"CIRCO DO CICLO"

Eu, circo?

Andar na corda bamba. Malabares do amor.

Segurando ao vento, fios de seda.

Chá fresco, cheiro de cravo e canela

Tudo ilusão.

Sou mais ser leão, daquele que devora sua presa.

Leão de circo. Jaula sem grades. Domador sem coração.

Não ama, não sente. Não vê o que há nos olhos do pedinte.

Só o ar me ampara.

Caindo na imensidão dos olhos de quem não enxerga

Cadê o chão? Circo vazio, sem risos, nem aplausos.

Clemencia céus. Só lona, só aqui.

Conduta dos apaixonados, não, do apaixonado.

Que se agarra a um simples suspiro premeditado.

Usado para ludibriar quem está cego.

Chicoteia meu senhor, a alma está anestesiada.

Cadê o público! Há, só poderia ser vc.

De carne e osso. É pouco. Seria de alma e sabor.

Mas é de coração no pé.

Se fosse apenas um só. Tudo bem! Que fosse o seu.

Mas seu palhaço! O meu coração também está aí sob os seus pés.

Deixo de ser, para tornar-me a ser.

Ave Fênix. O Ciclo.

Jan Maciel
Enviado por Jan Maciel em 20/01/2011
Código do texto: T2740030
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