"CIRCO DO CICLO"
Eu, circo?
Andar na corda bamba. Malabares do amor.
Segurando ao vento, fios de seda.
Chá fresco, cheiro de cravo e canela
Tudo ilusão.
Sou mais ser leão, daquele que devora sua presa.
Leão de circo. Jaula sem grades. Domador sem coração.
Não ama, não sente. Não vê o que há nos olhos do pedinte.
Só o ar me ampara.
Caindo na imensidão dos olhos de quem não enxerga
Cadê o chão? Circo vazio, sem risos, nem aplausos.
Clemencia céus. Só lona, só aqui.
Conduta dos apaixonados, não, do apaixonado.
Que se agarra a um simples suspiro premeditado.
Usado para ludibriar quem está cego.
Chicoteia meu senhor, a alma está anestesiada.
Cadê o público! Há, só poderia ser vc.
De carne e osso. É pouco. Seria de alma e sabor.
Mas é de coração no pé.
Se fosse apenas um só. Tudo bem! Que fosse o seu.
Mas seu palhaço! O meu coração também está aí sob os seus pés.
Deixo de ser, para tornar-me a ser.
Ave Fênix. O Ciclo.