Anjo da Noite
Mãos atadas erguem-se para o céu
Em busca de libertação e paz,
Quem sabe uma fuga ou esquecimento
Rápido e momentâneo.
Do alto de um prédio em chamas
Contemplo o passado e o futuro
Se contorcendo num presente
Mudo e vazio.
As cordas que eu usaria para outro fim
Agora me prendem a esse começo inerte
De um final que sempre se afasta,
Lento e frio.
Mas pelas arestas da minha mente
Ainda vejo a luz branda,
Do Anjo da Noite,
Quente e triste.
Suas pequenas mãos seguram meu coração,
Aquecem minha alma doentia,
Tornando morte em vida,
Olhar em devoção...