Amarras
Num quarto de paredes vagas
Estava você à espera do meu atraso.
Em uma luz tênue, oferecia-me teu olhar,
Umedecendo teus lábios famintos
Ao saborear o corpo meu em pensamentos.
Percorremos cantos, meios.
Sempre seguindo seus passos.
Sempre te encontrando e me perdendo.
Teu cheiro agora está no meu suor.
Tuas lágrimas salgam-me a boca
Deslizando pelo meu peito e morrendo em mim.
Minhas mãos fundem-se ao corpo teu
Por entre roupas ao chão
E ofegantes movimentos.
O beijo quase parado, mudo
Pára o tempo e a vida.
Que se esvai e renasce.
Como num sonho de imagens a esmaecer...
E de vida a despertar...