Amarras

Num quarto de paredes vagas

Estava você à espera do meu atraso.

Em uma luz tênue, oferecia-me teu olhar,

Umedecendo teus lábios famintos

Ao saborear o corpo meu em pensamentos.

Percorremos cantos, meios.

Sempre seguindo seus passos.

Sempre te encontrando e me perdendo.

Teu cheiro agora está no meu suor.

Tuas lágrimas salgam-me a boca

Deslizando pelo meu peito e morrendo em mim.

Minhas mãos fundem-se ao corpo teu

Por entre roupas ao chão

E ofegantes movimentos.

O beijo quase parado, mudo

Pára o tempo e a vida.

Que se esvai e renasce.

Como num sonho de imagens a esmaecer...

E de vida a despertar...

Alex Dumal
Enviado por Alex Dumal em 26/10/2006
Reeditado em 12/09/2008
Código do texto: T273962
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