Releitura nossa de cada dia...
No teu peito parece haver
um deserto de vãs paragens
e nele me projetas para me ver,
mas como uma das tuas miragens.
No teu sonho tão ambivalente
parece que vou e que venho,
tão perto de ti, mas todo ausente
e com vestes que eu não tenho.
Nos teus gritos do silêncio da solidão,
exiges de mim algo que também não me deste,
e me proclamas, em sombria confusão,
por um homem que eu não sou, mas que me fizeste...
Mas, pragmático, eu te construo tu-mesma, a desejada,
pois vejo em mim o que em ti não vês;
por isso, sempre me apareces tão esperada,
e tão distante como se fosse a primeira vez!...
No teu peito parece haver
um deserto de vãs paragens
e nele me projetas para me ver,
mas como uma das tuas miragens.
No teu sonho tão ambivalente
parece que vou e que venho,
tão perto de ti, mas todo ausente
e com vestes que eu não tenho.
Nos teus gritos do silêncio da solidão,
exiges de mim algo que também não me deste,
e me proclamas, em sombria confusão,
por um homem que eu não sou, mas que me fizeste...
Mas, pragmático, eu te construo tu-mesma, a desejada,
pois vejo em mim o que em ti não vês;
por isso, sempre me apareces tão esperada,
e tão distante como se fosse a primeira vez!...