SILÊNCIO DAS PALAVRAS
Não sei mais me escrever.
Me falta ser o que se foi
contigo.
O ser-sem-ti me esvazia de mim
e só existo no tempo desse verso.
Desperto do torpor de não te (ha) ver
somente quando me falas
(mesmo longe).
Então, e só então,
pelo curto espaço de tua voz dizer meu nome,
volto a ser o que mais profundamente
Sou.