Perfeita Escuridão
A noite fechou seus olhos
Adormecida sob o manto da incerteza
Vaguei então pelos sonhos sem dono
Enquanto meu próprio sono
Não me permitiu deixar a luz acesa
E a escuridão foi longa, tempestuosa
E minha alma caminhou amaldiçoada
Relembrando rios de memórias frias
Embaladas por tristes melodias
Compostas por uma mente cansada
E trovões não revelaram a história
Escondida sob lençóis desarrumados
Meu corpo cedeu ao pesadelo
A realidade fez seu lúgubre apelo
Prendendo-me em momentos assombrados
Logo perdi minha sensatez
E decidi não mais despertar
Calei o vento que anunciava o amanhecer
Fechei as cortinas para a noite não envelhecer
E me abandonei
Dentro, bem dentro de mim.