Da lei...
[...]
– Seria mais fácil de entender se, por acaso, te falasse,
mesmo que com palavras gastadas, (como da fogueira
que se inflama, e quase queima minhas retinas quando
eu te beijo) de flores e matizes que nascem – crescem...
e, por ventura, morrem – no meu coração... quando te
[vejo;
Do frio que me sobe espinhaço acima, quando me falta
a palavra certa para te dizer, ou, sequer duas erradas,
[quem sabe?
... Para disfarçar;
Da paz que me invade quando eu bebo do teu riso...
Do riso que se me aflora tenro, posto que amarelo, pre-
[ciso.
Do amarelo que demora nos céus, quando me cobres
nas tuas sombras – grutas – de fêmea...
Dos verbos que transitam pela minha boca, e rimam
[com a cor da maçã do teu rosto...
Seria, acaso, não ter a forma única, exata, de saber
o que dizer, e, assim, talvez, poder dizer do que for
da lei – ou do que não que for; que importa?
ou, simplesmente, o fato de dizer eu te amo?
[...]
– Dizer eu te amo!