Samba de Malandro

No botequim da esquina

De saia rodada

Bordado lilás

O samba fazia

A preta sambar

Seu Jarbas servia

O copo de pinga

O gole da pura

À muqueca do bar.

Vindo chegando

Por pé devagar

O Budega, o Zézinho

O Bogotó, o Alemão

As Marias, o Toninho

O Machado e o João.

Jazia, então,

Velado

Enterrado e banhado

Em suor

Com eira, sem beira

Na fresta do banheiro

Não era o porteiro

Era o José Espião.

Um olho fechado, o outro antenado

As pretas sambando

Depois se trocando

Pelo vão.

Descarado, malandro safado

Ficava tenteando

Ajoelhado

Com a mão no calção.