A Rosa de Deus
A rosa que eu colhi
fresca e formosa
tinha o dom da beleza
ignorada
e a grandeza do amor
jamais sonhado.
Coloquei-a no jarro azul
de porcelana inglesa
sobre o linho bordado
da Madeira
no recanto mais belo
do living
junto à tela de Bandeira.
Mas que louca fui eu,
que contudo esqueci
que um festivo jardim
tinha sido seu berço:
_Pela espessa cortina
nenhum raio de sol
atreveu-se a olhá-la,
a brisa macia
com toda a certeza
não virá visitá-la,
e o gentil rouxinol
não mais beijará
seu rosto de seda.
Talvez, sim,
uma flor de cetim
ou de tafetá
ou até de metal
trabalhada com jeito
de artista profundo
_Uma rosa qualquer,
mas não esta
de Deus o invento
criada ao relento
para assim alegrar
as cores do mundo!
Adozinda aguiar