Calma
Tomado pelo fascínio esperei a aurora plácida,
Mas inútil. O meu desejo e minha espera são chamas
E a emoção é cáustica: ardor no espírito que principia
E alastra, e logo morrem nos enleio da esperança.
No vazio do meu imaginário soam aplausos,
Talvez me avocando... Ouço-os e solicito sereno
Calma a quem os soa no rio em que mergulho.
Afasto-me e retorno ao declive extinto de meu desgosto.
Vibro entre o começo e o fim. O enlêvo lava,
Com fartura, e o deixa de corpo macio e lustroso.
Subo no apogeu aonde há zombaria que esguedelho,
E, ao alcançar de fato o pico da cordilheira,
Volto de novo porque lá em baixo deixei o caramelo.