Um Dia na Boleia

Na grande parada

É madrugada

De olhos melado

Escova na mão

Um banho gelado

Desperta peão,

Um preto coado

Fico ligado

Sigo a missão.

Na boleia,

Chave no contato

Ignição!

Faz roncar o meu bruto

380 cavalos,

Alazão.

Neste asfalto, "Solitário",

Faixa cidadão

Tem propina na estrada

O guarda, corrupção

“Um relampejo, Dois alerta”

Na estrada

Comunicação.

Atravessado na pista

Um bruto na contramão

Passo lento

Observo,

Dor na estrada

Pela morte do irmão.

A vida prossegue,

Acelero pra lá de 120.

No almoço

Uma parada

Abasteço o meu bruto

Uma boa engraxada,

Na mesa uma gelada

Pra tirar o pó da estrada.

Recomeça a jornada

100 km uma parada

Um assalto

Esse pedágio na estrada,

Estou na Dutra

Em Aparecida,

O brilho dos faróis

Ofuscam a visão

Na divisa, Fiscalização.

Descansar o meu bruto

Vou agora

Na boleia...

Oração!

Boa noite meu irmão.

Wilmor de Brito
Enviado por Wilmor de Brito em 16/01/2011
Reeditado em 17/01/2011
Código do texto: T2732672
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