Presságio de Poeta.
Eu faço da minha vida aquilo que não reconheço,
Estando chuva ou sol, eu não desapareço.
Faço dos presságio as palavras mais belas,
Como se colorido fosse, o brilho das aquarelas.
Não reconheço minhas fases, nem princípios meus
não duvido de nada no mundo,
e os meus sonhos se desfazem em um segundo,
Como bem pede a vontade de Deus!
Não, escuto as melodias delirantes,
celebradas nos peitos dos amantes,
nem me descompasso sem acertamento,
a minha dor é a do próprio ciumento.
Não desperto dos sonhos faceiros,
ah, eu tenho todos os arco-íris como parceiros.
E no perambular das vozes sombrias,
é a dor dos poetas, a de furtar suas próprias alegrias...
Não ouço as vozes intrínsecas derradeiras,
ah, mas tenho a poesia, a última e a primeira...
Não zombo das silenciosas rimas em surdinas,
Mas cada uma delas, tornam-se cada vez mais divinas ...
Rio de Janeiro, 28 de Outubro de 2008.