Nós
Tudo somos nós.
Desertamos da primeira pessoa,
pois o sino já ressoa
anunciando que todo conjugar
será plural em cada amar.
E, então, como somos dois,
deixemos o medo para depois.
Caminhemos o velho jardim,
entulhado de sim.
Tudo somos nós.
E secretos nós
prendamos a vida
com corda estendida.
Equilibremo-nos no arame
até que nova paixão nos chame,
ou a vida nos derrame.