MAIS DOIS AMIGOS TERRENOS
Um chegando aos anos setenta
O outro com setenta e quatro
Aniversariam: outubro e setembro, respectivamente.
Amo-os e os vejo abatidos
Não só pelos anos cobrados pelo tempo:
Por doença, minando-lhes as forças.
O primeiro, mesmo portador de inteligência,
Escravizou-se algum tempo pelo fumo
O segundo, também inteligente, antes escravo,
Libertou-se mais rapidamente que o primeiro
A doença deste, além dos anos,
É pobreza monetária e trabalho forçado
O outro não é pleno rico monetariamente
Desenvolve mentalmente seus dotes
Continua prisioneiro – restaram-lhe seqüelas –
Do hábito maléfico do cigarro.
Meu entendimento está melancólico.
Sofro por querê-los vivos e sadios,
Não só porque me são úteis e amigos.
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Do livro “Caminhos Mais”, Edição da autora, Teresina, 1995, página 30.
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